Praticamente todas
as crianças entre um e três anos tiveram ou terão, em algum momento, acessos de
raiva.
Esses momentos tão desagradáveis
devem-se, a maioria das vezes, ao fato de que a criança tem uma compreensão
incompleta da realidade externa, e entende como uma decepção os limites normais
que a realidade impõe.
Uma birra de vez em
quando não é algo que deva alarmar os pais, mas se elas acontecem com
freqüência podem ser um sintoma que está sinalizando algo, pode ser que a
criança esteja cansada ou estressada. Os pais podem se perguntar:
- Se durante o dia estão dispondo de um tempo suficiente para ficar com ela.
- Se o ambiente familiar é razoavelmente harmônico.
- Se a criança tem oportunidade de brincar ao ar livre, num lugar onde os adultos não tenham que estar permanentemente chamando-lhe a atenção.
- Se ela tem à sua disposição suficientes objetos para arrastar e empurrar e brinquedos para se entreter.
A criança não é um
adulto em miniatura, nessa idade (entre 1 e 3 anos) começa a ter mais
consciência de si, é um momento de autoafirmação, mas ainda não sabe controlar
seus impulsos.
Às vezes sente coisas que não compreende muito bem e não
consegue expressar com palavras, então chora ou esperneia e são os pais,
atentos e dispostos a entender e dar voz aos sentimentos da criança, que
poderão dar a continência adequada nos momentos em que ela não tiver condições
de acalmar-se sozinha.
Evidentemente, não
é possível evitar todas as birras. Nem sempre os pais se sentem com toda a
paciência e tato necessários para encarar as birras dos filhos.
"a própria impaciência e angústia dos
pais re-alimenta a angustia da criança"
Quando a
criança tiver uma crise de raiva, primeiro é importante tentar entender o que
ela está sentindo e tentar ajuda-la a se acalmar. Para isso é necessário que os
pais possam acalmar a si mesmos, porque a própria impaciência e angústia dos
pais re-alimenta a angustia da criança.
Não discutam com a criança, pois ela não está em condições de reconhecer seus erros. Tentem ficar do lado dela e falar calmamente, dando-lhe a oportunidade de mudar de ideia ou propondo-lhe fazer alguma outra coisa que seja possível, quando tenha passado o momento de raiva. A firmeza e amabilidade dos pais vão ajudar a criança a encontrar os limites de realidade, aceitar que nem tudo é possível, na hora que ela quer e do jeito que ela quer.
Não discutam com a criança, pois ela não está em condições de reconhecer seus erros. Tentem ficar do lado dela e falar calmamente, dando-lhe a oportunidade de mudar de ideia ou propondo-lhe fazer alguma outra coisa que seja possível, quando tenha passado o momento de raiva. A firmeza e amabilidade dos pais vão ajudar a criança a encontrar os limites de realidade, aceitar que nem tudo é possível, na hora que ela quer e do jeito que ela quer.
Birra em Lugar Público
É muito difícil para os pais ver a criança
espernear e gritar num lugar público (por exemplo: no shopping), se isso
ocorrer, peguem a criança no colo, levem-na para algum lugar onde possam estar
a sós com ela (por exemplo, o carro) falem calmamente ou esperem em silêncio
até ela se acalmar. Ela vai entender que aí acabou o passeio, mas vai sentir
que vocês estão com ela, que a amam e que estão lhe mostrando que a realidade
tem limites e que vocês podem ajuda-la a encontrá-los.
Quando os limites são colocados com amor, não com raiva e impaciência, a criança pode entende-los e aceitá-los mais facilmente.
Quando os limites são colocados com amor, não com raiva e impaciência, a criança pode entende-los e aceitá-los mais facilmente.
Pensem que a
criança é muito sensível aos estados emocionais e à dinâmica entre os pais e a
família. É muito importante que, no trato com a criança, os pais sejam
coerentes, que não se contradigam. Se às vezes dizem que não e outras vezes
dizem que sim, se um dos pais proíbe e o outro permite, cria estados de
confusão na criança e os pais se tornam pouco confiáveis.
"É muito importante que, no trato com a criança, os pais sejam
coerentes"
Não se espera que sejam pais perfeitos. Os seres humanos cometem muito erros. O importante é poder pensar sobre seus atos e sentimentos, tentar escutar e entender o que a criança está sentindo, aos poucos, entre tentativas, erros e acertos, pais e filhos váo encontrando o caminho.
3 comentários:
Adorei! Desde o dia da Roda de Debates eu tenho prestado atenção em como lidamos com o Miguel quando ele age de forma "birrenta". Trata-lo com amor, paciência e tal sabedoria de fato funciona! Beijos, Poly :)
Adorei a matéria!! Muito obrigada!! Beijão
Foi otima participar da palestra!! adorei!!
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